Interroguei o verão que se fazia e que se foi e deixou o inverno.
Interroguei o verso. Virei tudo do avesso.
Revirei as gavetas. Indaguei os cometas.
Procurei as onças e os animais selvagens em que cavalgava.
Perguntei por que eles me deixaram. Eu os amava.
Fui ao mar. Respirar. Atingir. Mergulhar.
Fui além da arrebentação. Fui entender essa outra dimensão.
A dimensão que leva o feliz e traz o triste.
Entender como se ora é céu, ora é inferno. Ora é verão, ora é inverno.
Alma. Corpo. Espírito. Coração.
Por que certos órgãos, psicológicos e sentimentos não ficam nunca em concordância?
Indagações de criança.
Li os científicos. Só entendi na poesia.
Esperança ainda tinha.
Volte dia para a minha retina. Quebre a rotina.
Devolva-me a esperança. Dá-me coragem de entrar na dança.
Lampeiro. Fugaz. Efêmero.
Dia de verão que se é feliz, por um triz.
Daniella Paula