terça-feira, 12 de agosto de 2008

Um mistério

Um mistério

Eu me entendo com essas palavras vazadas.
Sei tanto da solidão que hoje a tenho como amiga
Sou mais eu quando estou triste.
A minha alegria tem uma doce dose de hipocrisia
Não sei fazer amor, sei criar amor.
Não entendo nada sobre paixões,
Quando entender, nunca mais me apaixonarei.
Não reconheço a minha alma, em meio tantas que inventei.
Pouco sei dos meus gostos, já que eles são mutantes.
Nada sei sobre o meu mar, nado assim, sem saber.
Procuro os rastros, porque as pegadas já têm muitos a procurar.
Não caço as borboletas, sei que quando eu deitar-me, elas virão pousar em meus ombros.
Não conheço a minha face, ela tem muitos traços inteligíveis.
Morro, quando sei que vou renascer no outro. Isso eu chamo de amor.
Alimento pequenas ninharias. Isso eu chamo de viver.
Nada sei sobre mim e se pudesse saber, recusaria. Gosto do mistério, mesmo que o martírio de ser desconhecida seja avassalador.
Daniella Paula

3 comentários:

Anônimo disse...

Exuberante e forte, como você.
Parabéns.

Unknown disse...

SUBLIME!
Suas palavras tem um amadurecimento e uma exatidão incrivel!

Joana disse...

Eu amei esse texto, achei-o belíssimo.Quanto amadurecimento!
Beijos