Ela não pôde suportar as horas.
As horas que se sucedam como correntezas de um rio infinito.
Ela queria ser finita. Não existia nela a ostentação de ser eterna.
Ela queria somente que as horas acabassem.
Que o fluxo chegasse ao fim.
Que os respirares se calassem, porque eles são gritos que ensurdecem.
Não haveria como mais suportar a contagem progressiva dos segundos natos, imbecis, fiéis como um cão ao tempo, tortuosos àqueles que não suportavam mais o seu barulho, o seu sopro de vida, a sua obrigação de existir.
Ela queria que a cachoeira cessasse que o rio secasse que o mar inundasse a areia que já estava cansada de apanhar das ondas.
Para quê tanto tempo? Para quê tantas horas?
Os seus olhos só desejavam se encontrar com a impetuosidade dos ventos e a finitude das tempestades.
Não era mais necessário o pulsar desenfreado do coração. Esse órgão obrigatório para o fluxo insano da vida. Ela só queria deixar de ir contra a ela, para deixar de ter o choque que causa a existência, até daqueles pobres viventes que já não a quer. Que vivem a vagar pelas cinzas das horas, pelo o pó das carnes, pela loucura das palpitações. Por que há de nos manter vivos?
Ela só queria ir a favor da vida, que pede para morrer.
Era tudo que desejava!
Como o pulsar do estacon, dentro de epifania.
Ela desejava regredir.
Desejava que os ponteiros batessem ao contrário. Que os olhos fechassem para a paz, mesmo inventada.
Ela só queria romper a linha obrigatória do tempo, cessar o pulsar, calar-se a alma.
Era tudo o que ela desejava.
Decodificar o tempo, estraçalhar a lógica, quebrar os cacos, anestesiar a dor.
Por que existe alguém sempre nos soprano? Ela se indagava, pois só queria não mais ir contra o vento.
Deitar e avistar a esperança, longe da esquivança da existência humana.
Enveredar o seu barco para outros mares.
Esquecer o devir que nunca vem.
Calar as vozes que a mantém.
Ela só queria fechar os olhos, até o escuro ficar tão escuro e sangrar, para coexistir o vermelho.
Ela só queria cessar...
As horas que se sucedam como correntezas de um rio infinito.
Ela queria ser finita. Não existia nela a ostentação de ser eterna.
Ela queria somente que as horas acabassem.
Que o fluxo chegasse ao fim.
Que os respirares se calassem, porque eles são gritos que ensurdecem.
Não haveria como mais suportar a contagem progressiva dos segundos natos, imbecis, fiéis como um cão ao tempo, tortuosos àqueles que não suportavam mais o seu barulho, o seu sopro de vida, a sua obrigação de existir.
Ela queria que a cachoeira cessasse que o rio secasse que o mar inundasse a areia que já estava cansada de apanhar das ondas.
Para quê tanto tempo? Para quê tantas horas?
Os seus olhos só desejavam se encontrar com a impetuosidade dos ventos e a finitude das tempestades.
Não era mais necessário o pulsar desenfreado do coração. Esse órgão obrigatório para o fluxo insano da vida. Ela só queria deixar de ir contra a ela, para deixar de ter o choque que causa a existência, até daqueles pobres viventes que já não a quer. Que vivem a vagar pelas cinzas das horas, pelo o pó das carnes, pela loucura das palpitações. Por que há de nos manter vivos?
Ela só queria ir a favor da vida, que pede para morrer.
Era tudo que desejava!
Como o pulsar do estacon, dentro de epifania.
Ela desejava regredir.
Desejava que os ponteiros batessem ao contrário. Que os olhos fechassem para a paz, mesmo inventada.
Ela só queria romper a linha obrigatória do tempo, cessar o pulsar, calar-se a alma.
Era tudo o que ela desejava.
Decodificar o tempo, estraçalhar a lógica, quebrar os cacos, anestesiar a dor.
Por que existe alguém sempre nos soprano? Ela se indagava, pois só queria não mais ir contra o vento.
Deitar e avistar a esperança, longe da esquivança da existência humana.
Enveredar o seu barco para outros mares.
Esquecer o devir que nunca vem.
Calar as vozes que a mantém.
Ela só queria fechar os olhos, até o escuro ficar tão escuro e sangrar, para coexistir o vermelho.
Ela só queria cessar...
Daniella Paula
9 comentários:
Forte como tudo em você.
"Ela queria ser finita. Não existia nela a ostentação de ser eterna."
Apaixonante o teu texto!!!
Fiquei extasiada ao ler!
Beijos e borboleteios!
Belo texto!
Obrigada pela visita!
Beijos
Daniella, super obrigada pela visita, adorei!!!
Adoorei o texto e a sensibilidade das palavras..
Bjs
"...só queria fechar os olhos, até o escuro ficar tão escuro e sangrar, para coexistir o vermelho." - fortemente...poético! gostei!
"Decodificar o tempo, estraçalhar a lógica, quebrar os cacos, anestesiar a dor."
Perfeito!
Beijos
Tu és imensa no sentir...
Doce beijo
Cheia de sentimentos...
lindo....
Coloquei seu blog nos meus favoritos.
beijo, lindo finalzinho de tarde
Olá minha doce amiga.
Que poema forte e profundo.
sentido pelo poros.
Muito belo seu poema.
Parabéns amiga.
Uma semana de muita paz e amor.
Fique na paz.
Regina Coeli.
Obrigado por sua visita ao meu cantinho.yzijnule
Postar um comentário